Manoela Cavalinho
Memorabilia
230 x 200 x 85 cm
Cama com dossel
cama, estrutura em ferro, compensado, terra vermelha, colchão, lençol e travesseiro
200 x 190 x 85 cm
2017
Há alguns anos comecei a modelar ossos por recordar, sem muita clareza, de uma conversa entre minha avó e minha mãe sobre guardar os ossos da família.
Em 2017 viajei para o interior transportando as cinzas do meu pai até a fazenda onde ele nasceu e para onde não havia mais retornado. Durante a viagem tive o impulso de suspender terra vermelha, característica da região.
Nessa instalação suspendo terra sobre o dossel de uma cama. Enquanto planejava esse trabalho, reencontrei, por intermédio de uma tia, o lençol cujas fronhas serviram para sepultar os ossos de parte da minha família. Essa tia confirmou minha lembrança sobre a conversa sobre guardar os ossos.
Entre as peças do mobiliário, à cristaleira é atribuída uma função memorialista. Atua enquanto vitrine das narrativas de uma família.
Em uma cristaleira coloco uma bailarina de porcelana Rebis, o mais precioso item da cristaleira que pertenceu à minha mãe.
Sobre sua única prateleira deposito sabão em pasta.
Com o passar dos dias o sabão escorre encobrindo a bailarina, objeto da memória.
Cristaleira
vitrine hospitalar, sabão em pasta e em barra e bailarina Rebis
150 x 30 x 50 cm
2018
150 x 50 x 30 cm
61 x 61 cm
Há alguns anos havia poucas fotografias nas casas populares. Todavia, o retrato do casal ou da família em preto e branco, exibida em moldura oval, era uma memorabilia frequente.
A partir de um precário equilíbrio das mãos que sustentam 24 vértebras de cerâmica proponho uma releitura dessas fotografias.
Família
fotografia
62 x 62 cm
2016
Uma porcelana que está na família há quatro gerações ‘guarda’ vértebras de cerâmica.
Como o conteúdo não cabe, a montagem pressupõe um equilíbrio precário e o risco de queda iminente.
A ruptura da matéria corresponderia à ruptura da memória?
Estojo
Porcelana inglesa e 24 peças em cerâmica
18 x 23 x 7 cm
2016
18 x 23 x 7 cm
18 x 23 x 7 cm
Esses azulejos fazem referência à pintura maiólica e apresentam uma ornamentação com desenhos de vértebras pintadas na cor vermelho cereja ao invés do azul tradicional.
35 x 120 cm
Barra
azulejos
dimensões variadas
(11 x 11 cada)
2016
A partir de uma proposta de Pollyana Quintella, acerca de uma exposição itinerante transportável numa mala (nanica), modelo nove cubinhos de cerâmica e pinto suas faces com figuras de ratos, ossos e flor.
Curadoria : Pollyana Quintella
Os ossos, o rato e a flor
cerâmica
10 x 10 x 3 cm
2017
Encobri algumas fotografias de um antigo álbum de família com pó de carvão. Entre as imagens das quais não lembrava estava uma 3x4 de uma menina penteando os cabelos. Num dia de verão, no pátio da geriatria onde mora minha mãe, cobri-a com uma sombrite negra e identifiquei-lhe com um pedaço de papel jornal.
Tempos depois, revisando minhas próprias fotografias, juntei as duas imagens.
Mãe
díptico
fotografia
46 x 110 cm
2016
Bomba
díptico
fotografia
46 x 87 cm
2016
Um retrato.
Escalda-pés
Performance
Casa Frasca
2016
Em algum canto, sento-me em uma cadeira e coloco os pés sobre uma barra de gelo.
Permaneço sentada com os pés sobre o gelo até que a barra derreta.
© 2017 por MANOELA CAVALINHO